Construção de Novas Narrativas Sáficas
O entretenimento sáfico já teve de tudo: romance entre chefe e funcionária; amor que veio da adolescência e evoluiu na vida adulta; casamento entre princesas; relacionamento entre médica e paciente; romance entre estilista e artista e mais mil e uma formas de fazer o amor florescer.
Se evoluímos tanto na diversidade de temas e enredos, por que deveríamos manter pontos específicos, nos GLs, que machucam a comunidade LGBTQIAPN+, por exemplo, mesmo que essa não seja a realidade no cotidiano da Tailândia?
A avó de Khun Sam, em GAP The Series; a mãe da doutora Fahlada, em The Secret Of Us; o pai da Anil, em The Loyal Pin; a avó de Aneung, em Blank e mais tantas outras personagens de livros e séries GL –especialmente da Tailândia– complicam a vida de suas entes queridas, sendo lgbtfóbicas, impedindo-as de viver suas próprias vidas e amores. Isso não é comum na Tailândia, mas esses acontecimentos continuam a aparecer nas produções audiovisuais de lá. Por quê?
Toda produção audiovisual que retrata a vida de minorias sociais, como é o caso das séries GL (amor entre garotas), têm a responsabilidade de passar uma mensagem para o público que está assistindo. Logo, retratar as violências que mulheres sáficas vivenciam, acaba fazendo parte desse contar a história. Entretanto, não há necessidade de repetir os mesmos comportamentos em quase todas as séries. Não é um fator obrigatório o pai, a mãe ou a avó cometer lgbtfobia nas séries GL, mas parece que os produtores esquecem disso. São muitas histórias legais, que muitas vezes se perdem ou acabam atrasando a narrativa central da série por causa disso (como, por exemplo, Only You e Harmony Secret).
O Brasil trouxe um exemplo maravilhoso de que não é necessário haver lgbtfobia em todas as séries: Stupid Wife.
Sem dúvidas, um dos pontos mais maravilhosos em Stupid Wife é o fato de que Luiza e Valentina eram casadas e tinham filhos, e toda a família de ambas sabiam e lidavam normalmente. A série quase não retratou algum ocorrido de lgbtfobia –e olha que a mãe da Valentina é praticamente uma vilã–. No lugar disso, se concentrou em narrar a vida, os desafios psicológicos, familiares e profissionais das protagonistas. Isso foi muito satisfatório!
Passamos, sim, infelizmente, por episódios de lgbtfobia ao longo de nossa jornada. E de várias formas diferentes. Mas isso não deve ser uma obrigação dos enredos de todas as séries sáficas. Muitas vezes percebemos que essas narrativas nem se encaixam em diversas séries, mas foram colocadas ali como um fator obrigatório, erroneamente. É preciso atenuar as vozes sáficas, o amor sáfico e vivências mais relevantes que um parente lgbtfóbico fazendo uma ou mais protagonista(s) sofrer(em) desnecessariamente a série inteira. Isso cansa quem assiste e atrapalha o foco da narrativa.
Denunciar as violências é sempre necessário, mas dar mais espaço à lgbtfobia do que à narrativa sáfica central nos GLs nunca será.
Precisamos de novas narrativas sáficas, que centralizem o poder que há no amor entre mulheres, esse amor que é intenso, corajoso, poético! Merecemos isso!
E você, o que acha?
Conta para mim aqui nos comentários! Vamos falar sobre isso!
Não tenho experiência nes te tipo de série, mas acho que a ênfase deve ser na história das pessoas pessoas. Infelizmente há mto preconceito a ser vencido no amor entre mulheres e entre homens tb. Como ainda não vi séries e filmes sobre o assunto, vou procurar suprir está falha. O único filme que vi neste gênero foi ' O Segredo Brokeback Mountain '. Um final que me deixou bastante para baixo. É um filme lindo e triste.
ResponderExcluirOlá! Obrigada pelo seu comentário!❤ eu tenho certeza que quando você assistir esse gênero você vai conseguir entender melhor. Indico que você assista The Loyal Pin no YouTube, no canal IdolFactory. Depois GAP The Series, no mesmo canal.
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