Retrocessos Estratégicos Na Geração Z

Nos últimos anos, temos percebido muitos retrocessos em direitos sociais, civis, humanitários e outros, em diversas escalas e aspectos. Dentro de todos os grupos afetados, alguns sofrem mais, pelos níveis de ações contrárias elaboradas estrategicamente –e, portanto, propositalmente–, por poderosos que deveriam estar se comprometendo com a democracia, justiça social, inclusão e progresso das sociedades.


No Brasil, apenas nos últimos anos, já vimos: tentativa de Golpe de Estado, tentativa de veto de casamentos civis LGBT+, tentativas de barragem da urgência para tornar em crime hediondo o crime de pedofilia, PL da devastação e tantas outras tentativas contra direitos e avanços de forma assombrosa.

Isso só no território nacional. No Internacional também vimos cenário semelhantes: guerras; retirada de direitos civis de pessoas LGBT+, como documentação com nome social; fim de investimentos para a saúde e muitos outros.


Também de forma assombrosa se deram muitas mudanças comportamentais e ideológicas, disseminadas rapidamente –usando especialmente a geração atual, chamada de Geração Z– em especial na internet, pelas redes sociais: incentivos à normalização de discursos de ódio e preconceitos; onda de influência para que pessoas LGBT+ renunciem sua própria identidade e sexualidade –o que levou muitas dessas pessoas ao suicídio e muitas outras ao adoecimento: transtornos de ansiedade, depressão, baixa autoestima e outros–, além de incentivo à busca por religião que condena seu próprio eu e suas descobertas ao longo de suas vivências; aumento de violências policiais e tantas outras barbáries, que afetam a sociedade, especialmente as parcelas dela conhecidas como minorias sociais.


Esses lamentáveis retrocessos –que não atingem somente o Brasil–, são, infelizmente, estratégicos, porque fazem parte de um projeto de poder, onde a opressão chega para todo o corpo social, mas se intensifica em grupos historicamente perseguidos e marginalizados, como: população negra, povos indígenas, população LGBT+, PCDs, mulheres, etc. Tudo isso em mais tentativas: calar, diminuir, reprimir, apagar aqueles e aquelas que se recusam a deixarem de existir com dignidade, sendo quem são e buscando o que querem. Projeto esse que não se importa com a Natureza e os direitos. Se importa com poder, promoção de uma parcela pequena –mas financeiramente poderosa– das sociedades, dinheiro ilimitado, status.

Na Geração Z –que é visivelmente carente de interesse em conhecimento e tem saúde mental fragilizada por exposições intensas à internet, pela facilidade de se permitir às más influências (muitas vezes, basta ver um vídeo aleatório que crê no que vê e ouve ali, sem pesquisar ou questionar) – existe um espaço atraente para esse projeto de poder que tanto tenta (e às vezes consegue) retroceder direitos. Ora, se parte dessa geração facilita os trabalhos desse projeto de poder, ele a usa, com estratégia, para conseguir chegar mais facilmente aos seus propósitos.

Por isso, devemos estar sempre atentos e atentas a todos esses acontecimentos e, principalmente, em quem os têm elaborado e praticado, para que não sintamos ainda mais intensamente as mazelas advindas deles. Devemos seguir firmes para que não vivamos tempos ainda mais sombrios que os –estrategicamente– atuais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5 Poetisas Pretas Contemporâneas Que Todos Deveriam Ler

Vozes Femininas No Reggae

3I/Atlas: Por Que Não O Estamos Vendo?