GLs e Representatividades Sáficas

Os Girl Lovers (GLs), de maioria tailandesa, vêm conquistando um imenso público ao redor do mundo. Sem dúvidas, isso se dá por diversos motivos, todos com muita importância, mas, principalmente, pela representatividade de diferentes vivências sáficas: há as vivências e mazelas das sáficas pobres; há os luxos e ostentações das sáficas ricas; há as paixões adolescentes no ensino médio; há o amor encontrado na nova fase de vida na faculdade; há a descoberta da sexualidade após os 30 anos e assim por diante.

São diversas representatividades extremamente importantes, e este é um dos maiores motivos que têm feito a indústria dos GLs crescer cada vez mais, não importando o continente, porque não há fronteiras para o amor e não há limites territoriais que nos diferenciem de vivências comuns aos seres humanos.

Outro ponto importante dos GLs é o tratamento dos casais. Mulheres sáficas, em sua grande maioria, têm um tratamento mais afetuoso e, por vezes, voltado à fofura. Claro que em todo relacionamento haverá conflitos e desentendimentos, que são comuns na vivência humana, mas em boa parte do relacionamento sáfico, há uma empatia entre as mulheres e uma melhor compreensão (como mulher bissexual, posso afirmar que, ainda que eu sinta afeto e tenha uma relação com um homem, uma relação entre mulheres é completamente diferente e, nos quesitos: empatia, compreensão e cumplicidade, não haverá ninguém melhor que uma mulher, com todo respeito aos homens).

Os flertes, os processos de firmar uma conexão antes do namoro, o respeito e as demonstrações emocionais e físicas são coisas muito bem construídas nos GLs, trazendo o cuidado que existe na maioria dos casais sáficos reais, tornando, portanto, as séries mais realistas, fazendo o público se sentir representado e envolvido nas estórias.

                            Raissa Amorim.

Autora, poetisa e música.

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